Por que Formar Goleiros Pensantes?

Formando jovens goleiros. Por: Felipe Freire.

Venho através deste texto explanar a minha ideia e método pedagógico em que eu acredito e utilizo, todavia respeito os colegas e amigos que utilizam e acreditam em outros métodos utilizados atualmente.

Os treinadores de jovens jogadores devem oferecer estímulos frequentes e sinceros, para que diante de momentos de tomada de decisão tenham a confiança em suas capacidades para satisfazer as demandas exigidas.

Em uma sessão de treinamento, devemos expor o goleiro ao questionamento, o porquê ele obteve o êxito e também porque obteve não êxito, desta maneira estimulamos o jogador a entender o jogo na totalidade. Diante disto, Araújo (2005) afirma que, ao pensar na formação de pequenos jogadores é fundamental que eles participem na construção de ideias e entendimento de jogo, fundamental apresentar a eles não somente fundamentos ou treinamentos analíticos é importante apresentar a eles as situações problemas que podem acontecer em uma partida de futebol. Diante dessa afirmação, CRUYFF (2002) fala que, o melhor método para ensinar uma criança a jogar futebol não é proibir, mas sim guiar, guiar não no sentido de conduzir, mas de ensinar a aprender a pilotar o jogo.

Ressalto a importância do brincar jogando, do treinar jogando, podemos perceber inúmeras ações diante apenas de um jogo em que são protagonistas, oportunizamos a eles um estado natural de jogo, com tomada de decisão, estratégias e comunicação.

Para Scaglia, desejos, vontades, busca por satisfação, são catalisadores de um envolvimento que emana no jogo engendrando o estado de jogo, o engajamento dos jogadores em busca de solucionar a lógica do jogo, é o desejo de superação de alguém que se lança ao desafio, ao inédito. (Scaglia – Pedagogia do jogo, 2008).

Portanto, diante da formação de jovens jogadores devemos salientar estímulos que se refutam a compreensão do jogo, diante disto, trago, mais um questionamento como se treinar futebol, ou melhor, como se treinar goleiros para o futebol? Questões que nos permitem ir além daquilo que planejamos ou fazemos.

Parao treino deve preparar o jogador para resolver por si próprio os problemas do seu envolvimento com o jogo, fazendo um sistemático apelo às suas capacidades de decisão.

Scaglia (1999) ensinar também no futebol, não é uma simples transmissão de

conhecimento ou imitações de gestos, onde o atleta seja apenas um receptor passivo,

acrítico, inocente e indefeso. Ensinar futebol deve ser entendido com uma prática

pedagógica desenvolvida num processo de aprendizagem, que leve em conta o

sujeito atleta criando possibilidades para a construção desse conhecimento.

Portanto, o jovem goleiro(a) deve desde sua iniciação ao treinamento específico ser

estimulado as ações cognitivas, ações que estimulem ele a tomar decisões não apenas ser

um passivo em reprodução de movimentos pré-estabelecidos pelo seu treinador

(professor). Para Marques e Oliveira (2010) o processo de formação do jogador deve

conter constantemente a tomada de decisão, diversificando as experiências e estimulando

os jogadores a resolverem diferentes tipos de problemas.

Segundo Kunz (2006) entende o quão é fundamental construir uma pedagogia para o

ensino dos esportes centrada numa concepção crítico-emancipatória. Superando a

dimensão meramente instrumental e técnica do ensino do esporte tornando para o aluno

o grande desafio, na prática.

Referências:

Cruyff, J. (2002). Me gusta el Fútbol. Barcelona: RBA Libros S.A. Scaglia AJ (2008). Pedagogia do jogo. São Paulo: Phorte.

Marques, A.; Oliveira, J. Promoting quality in youth sports. In: Youth sports: growth, maturation and talent. 2010. p. 153.

KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.